TUDO É FOLCLORE
De Liz Nascimento

“Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!...”

Este é um trecho da poesia “Meus Oito Anos” 
de Casimiro de Abreu... 
Engraçado lembrar, mas,
vocês já perceberam 
o quanto a nossa infância era folclórica?
Brincávamos de cantigas de roda na porta de casa,
Nos pátios da escola...
Comíamos doces antiiiiiigos. 
Feito com todo carinho pela vovó e a mamãe.
Ouvíamos o berrante,
Corríamos atrás dos caixeiros viajantes... 
Éh! Aqueles vendedores ambulantes. Lembra?
Era tudo muito fascinante!

Numa época que nem existia novela,
A gente ouvia lindas histórias à luz de vela.
Sempre contadas com toda a entonação,
Fazendo das noites a maior diversão.

Nem fazíamos ideia,
Que Folclore não se faz com plateia.
Vivia-se no dia-a-dia...
Com as anedotas do vovô,
Com o famoso ditado popular, 
Que a titia teimava em falar.

Hoje, todo mundo já se esqueceu,
Que Folclore não é apenas,
Mais uma data para se comemorar.
É a nossa maneira de viver, 
De fazer, a coisa toda acontecer.

Nossa cultura, nossos costumes,
O que fazemos ou dizemos,
Admiramos ou comemos.
Tudo tem Folclore!

De janeiro a dezembro,
Do norte ao sul...
Seja no frevo do carnaval,
Ou no arraiá das festas juninas...
Seja na montaria do rodeio,
Na palhaçada do circo,
Ou na cantiga do cancioneiro...
Tudo É Folclore!
Tudo isso, é ser brasileiro!

Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera, 
Se eu já estiver morto, 
As flores florirão da mesma maneira 
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. 
A realidade não precisa de mim. 

Sinto uma alegria enorme 
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma 

Se soubesse que amanhã morria 
E a Primavera era depois de amanhã, 
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. 
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? 
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; 
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. 
Por isso, se morrer agora, morro contente, 
Porque tudo é real e tudo está certo. 

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. 
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. 
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. 
O que for, quando for, é que será o que é. 

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" 
Heterónimo de Fernando Pessoa 

FLORES DE INVERNO

 

Apetece-me pegar em ti
e levar-te comigo
por esses campos a fora,
como um raio de sol
num abraço de vento.

 

Quero mostrar-te
a beleza da tristeza,
o calor da chuva,
a serenidade do trovão,
o infinito da natureza,
e tirar-te com doçura
todas as dúvidas
que te atormentam;


Sussurrar-te ao ouvido
que eu e tu não passamos
de flores de Inverno;


Flores sem nome,
flores sem sítio;
flores desterradas,
precocemente roubadas
a memórias passadas,
a Primaveras distantes;


Efémeros botões,
eternos errantes.

 

Vem, voa comigo;
não pertencemos
a este mundo.
Deixa-me levar-te
de volta a esse tempo;


Esse tempo das memórias
em que não existia tempo,
e em que não fazia mal
esquecer o pensamento.

 

Desconhecido

Enredo

Em "Dois Corações e Quatro Segredos", Mário de Andrade, que é o mestre de cerimônias desta peça, irá fazer uma viagem pelo interior do Brasil. Durante o trajeto, conhece, entre tantas coisas, a história de um grande amor. Manuel foi separado de sua noiva Manuela pelo coronel Zé das Botas, e para reencontrá-la precisará desvendar quatro segredos. Nessa saga de amor, Manuel se depara com ritmos, festas e tradições brasileiras - danças como coco, caboclinho e folguedos; festas como Bumba-Meu-Boi e a Marujada; além de personagens folclóricos como Nego Véio, Mula-Sem-Cabeça e Alma Penada. Tudo isso ao som de Maracatu, Ciranda, Forró, entre outros.

 

Concepção

"Dois Corações e Quatro Segredos" é uma farsa poética infanto-juvenil de Beto Andreyya e Liliana Iacocca, que utilizaram no texto a linguagem em versos da literatura de cordel, homenageando, ao mesmo tempo, nosso folclore e a antiga tradição dos saltimbancos europeus.

 

O espetáculo segue a linha de pesquisa de personalidades e manifestações culturais brasileiras e a recriação teatral através da história, da música e da dança, que são os principais objetivos da Cia. da Tribo. A Commedia Dell'Arte serviu de base para a interpretação e o teatro de bonecos, presente em quase todas as manifestações da cultura, incrementou a cena.

 

CONTEÚDO TEATRAL:                                 Baseado no livro infanto-juvenil:                           DOIS CORAÇÕES E QUATRO SEGREDOS

 
POR AÍ

Outro dia eu fiz uma viagem.
Mas, não uma viagem qualquer ou comum.
Viajei para dentro de mim.
Visitei primeiramente meus medos, 
e descobri que eu não sou tão forte assim.
Havia muitos vultos e segredos,
E também o pior de mim.
No departamento medo criei um alçapão.
Guardei lá dentro um pouco de coragem,
E toda a ousadia que me veio à mão.
Então viagem no expresso da mente,
e descobri que sou mesmo doente.
Um pouco louca e pueril,
mas nada que me faça perder o brio.
Chegando na caixa de controle universal,
visitei meus alucinados transmissores.
Alterei minha configuração original,
eliminando assim algumas dores.
Acabei estragando o comando principal,
e nem me pergunte o que foi feito dos motores.
Viajei em seguida até minhas lembranças mais queridas.
Minha mãe, o meu pai e meu jardim de margaridas.
Lembrei até de um gato!
Do filho do padeiro da esquina.
Meu namoradinho nos tempos de menina.
E minha viagem acabou assim como começou.
Eu dei a volta em torno de meu EU-Mundo,
fui bem mais longe e profundo,
que qualquer um que eu conheço.
Mesmo assim, neste mesmo lugar permaneço!

Liz Nascimento

Brasil, 03 de agosto de 2016

Canção: Voices Of Infinity - Stive Morgan 

Pinturas: Tomasz Alen Kopera

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APRENDIZ DE MIM..
Sou um aprendiz da vida…
tudo em meu redor é descoberta
e, também eu, sou descoberta,
porque, também eu, sou vida.
Sou aprendiz de mim…
onde me começo,
onde me termino.
Por vezes, reconheço-me,
outras vezes, desafio-me
e, na maior parte delas, questiono-me
e recomeço.

Sou aprendiz,
sou iniciado,
eterno ser
de si mesmo desconhecido,
em mim inacabado.
Sou um tempo mais-que-imperfeito
em modo indicativo,
com o imperativo do futuro,
à condição,
uns dias sim,
outros dias não,
depende do tempo, do modo
e do ângulo de visão
com que me observo,
com que, absorto, me absorvo.

Apenas sei que não me fiz
de mim aprendiz,
assim nasci e sou,
unicamente, este que um dia alguém quis…
Também sei que serei tudo aquilo
em que me fizer,
umas vezes a afirmar
e outras a contradizer,
a ganhar ou a perder
mas sempre a lutar,
sempre a compreender
que tudo, ainda, tenho para aprender…

Todo eu sou descoberta em mim
e encanto-me a descobrir,
pouco a pouco, eu sei,
o pouco que sou
do muito que nunca saberei.

Vou no meu encalço,
parto à minha descoberta
naquilo que os outros recolhem em mim,
na forma certa ou incerta
como acolhem os meus momentos,
como lêem os sentimentos
com que eu não sei viver,
como me constroem em si…

Sou aprendiz da vida,
sou vida,
sou aprendiz de mim…

Autor: Vítor Costeira
Imagem: Internet


Faz uma visita à minha solidão…
abraça a minha tristeza
e saboreia o meu desalento.

Vê com os meus olhos,
percorre todas as minhas veias
e respira no sabor dos impulsos
do meu coração…

Invade o meu corpo,
veste a minha pele,
branca de vazio,
vive a minha vida
mas não sofras por mim…

Sê eu mesmo, por instantes
e, talvez, por instantes,
sintas a falta da alma
que eu perdi
por ti…

Tenho saudades de mim…

 

VÍTOR COSTEIRA

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ESTAMOS TE AGUARDANDO.

 

 

Traze-me...

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!

Cecília Meireles 

 
A CARCAÇA QUE ME PASSA!

Ai, ai! Eu cansei!
Vou me debulhar em lamúrias outra vez!
Perdoe-me se o meu intimismo te cansa.
Não estou aqui tentando ser nenhum demagogo,
muitos menos espero que meu verso te alcança.
Não me posso dar ao luxo de que ouças o meu rogo,
Nesta estrada sou ainda muito criança.
Só falo de mim mesmo, sem pretensões!
Como dizia a grande Frida Kahlo:
"Falo de mim pois sou o assunto que melhor conheço!"
Ademais, rejeito tudo que não tenho apreço!
Como esta minha carcaça marginal!
Dura, fria, politicamente incorreta.
Salva pelo verniz dos meus dentes!
Deixo de ser humano para ser casca.
Oca, estúpida e infeliz!
A casca que me veste!
A casca que me molda!
A casca que me mata!
A cada dia sinto-a tomando a vida que me pertence.
A cada dia, sinto-me deixando de ser gente!
Sou um produto do meio!

...Anjo Negro...

MANIFESTO 


Não peço desculpa por estar aqui!
Nem, tão-pouco, peço desculpa, seja pelo que for!!!
Eu sei que podia ter passado delicadamente
e, antes de me sentar, ter oferecido o lugar a alguém...
podia, até, ter sorrido,
mesmo que fosse um sorriso de ocasião,
mas não!
Não me sinto obrigado a ser delicado
para quem quer que seja que passe ou se sente a meu lado
e o meu sorriso não é brinde publicitário
de material em decadência qualitativa,
nem eu sou candidato a promotor de sorrisos,
alheios à vontade própria de cada um!
É inútil ficarem à espera de qualquer coisa de mim!!
Não passeio pela vida com o curso de filantropia na mão,
como um aluno primário passeia com a nota de aprovação,
nem, tão-pouco, sou milionário de ideias conciliadoras,
para olhar aos que me rodeiam, arrependido e submisso!
Abaixo o servilismo, como máscara ou condição!!!
Mesmo que recuem temerosos,
mesmo que reúnam o Sínodo e me excomunguem
ou me repatriem da vossa cômoda sociedade,
sociedade entre o burlesco sujo e o grotesco declarado,
não vão, nunca, evitar que eu esteja,
(porque quero estar!)
sem que tenha de, constantemente,
quase, que pedir desculpas por estar presente!
Não! Isso nunca vocês terão de mim!!
Nunca!!!
Porque não sou gato-pingado a lamber o dinheiro das viúvas,
nem ofereço nos jornais os meus serviços a nababos
e não pretendo enganar alguém com gestos suaves e estudados
de gerente de hotel, aprendiz de ilusionista!
Como veem, sou difícil de vergar
e não me rendo a regras conformistas,
mesmo que, para tal, tenha que ser severo e marcial,
incorrupto, rude, bruto e violento!
Não, não peço desculpa por estar aqui,
porque nem eu pedi passaporte ou visto para chegar
nem eu já  quero, agora, partir!!!

Autor: Poemas Malditos

 BRINDAR A TI, AMOR...

Brindar a ti, amor
em cálices de bem querer,
entre gardênias de saudade
e pétalas de malmequer,
entre promessas de verdade
e medo em te perder
talvez um dia, quem sabe,
ao amanhecer...
Brindar a ti, amor,
com sonhos de nunca dizer,
entre colinas de ansiedade
e planícies de enlouquecer,
entre loucuras sem idade
e noites por acontecer,
talvez, um dia, quem sabe,
ao entardecer...
Brindar a ti, amor,
em momentos a não esquecer,
entre abraços de vontade
e soluços de prazer,
entre palavras de amizade
e desejos de te ter
talvez um dia, quem sabe,
sem mesmo eu saber...
Brindar a ti, amor,
e ocultar-me dos demais,
é entregar-me a ti, em flor,
é querer-te sempre mais
nos dias que passam sem cor,
tristes e sempre iguais
enquanto não te tiver, amor,
e, de amor, morrermos imortais!

(autor desconhecido)

NOVOS HORIZONTES

Nada melhor que uma desilusão para fazer uma menina,
Metamorfosear em furação!
Eu estou orgulhoso de Liz!
Após uma desagradável noite infeliz (pelo menos para mim)
Minha menina mulher assumiu-se de vez!
Permanecerá intocada no seio de sua viuvez!
(Sim! Ela é viúva! 2x. Mas, não foi culpa dela! kkkk)

Liz e eu somos pessoas de má sorte!
Ás vezes ela quer ir para o sul e eu para o norte!
Nunca nos conciliamos no meio das contendas.
Ela sempre aposta no oito e eu no oitenta. 
Eu comemoro a rendição de Liz,
Pois, ela é muito sentimental.
Não sabe se defender dos ardis
Nem da astúcia tal,
A qual possuí certo eleito. 
A quem vou dedicar todo o meu preito! 
A ele dedico toda a minha ação.
Para nunca mais ver minha bela cantar esta canção:

Ass: J. Lee

OI. EU SOU LIZ NASCIMENTO. FAÇO PARTE DA COMUNIDADE CARPE DIEM. MEU TRABALHO CONSISTE EM COLETAR IMAGENS E RECEPCIONAR OS NOVOS MEMBROS. POR VEZES BRINCO DE POETISA E CRIO ALGO, MAS, MEU POTENCIAL ESTÁ TODO VOLTADO PARA AS OBRAS LITERÁRIAS NO TÓPICO À CIMA.

 

17 DE ABRIL DE 2015

MUITO PRAZER, EU SOU ANA MARIA. FUI CONVIDADA A INTEGRAR A COMUNIDADE CARPE DIEM NESTE ANO DE 2016. POSSO DIZER QUE ESTOU AMANDO FAZER PARTE DESSE PROJETO. FIQUEI RESPONSÁVEL PELO TRABALHO DE DIVULGAÇÃO DO PORTFÓLIO AQUI NO SITE E TAMBÉM DA COMUNIDADE. POSSUO UMA PÁGINA NO FACEBOOK E NO G+ ONDE PARTILHO DIVERSAS OBRAS DE ARTE QUE SÃO ARQUIVADAS NAS SESSÕES PRIVADAS DESTE SITE.  VENHA CONHECER E SE ENCANTAR COM O PORTFÓLIO MAIS RICO DA ATUALIDADE. UM ABRAÇO!

 

04 DE MARÇO DE 2016

MEU NOME É JOSÉ JULIANO, MAS, PODEM ME CHAMAR DE J. J OU ANJO NEGRO. ENTREI PARA A COMUNIDADE HÁ POUCO TEMPO, MAS, JÁ ME IDENTIFIQUEI COM O SITE. SÃO MUITAS AS CONTRIBUIÇÕES QUE RECEBEMOS E  COLETAMOS DIARIAMENTE. ALGUMAS SEM O CONHECIMENTO DO DONO. SE ESSE É O SEU CASO, NÃO LEVE A MAL. NÃO PLAGIAMOS NADA. NA VERDADE, ESTAMOS TE AJUDANDO A DIVULGAR O SEU TALENTO. TODOS SÃO BEM VINDOS A PARTICIPAR.

 

13 DE SETEMBRO DE 2015

 

VESTE-TE DE MIM...


Pendura-me no teu pescoço
como um lindo fio dourado...

prende-me nos lóbulos das tuas orelhas
como brincos de cigana...

usa-me nos teus dedos
como anéis com jóias raras...

aperta-me dentro do teu vestido
como seios dóceis e sensuais...

perfuma a tua pele macia
com o aroma da minha pele...

fecha-me entre os teus lábios
como bâton silvestre carmim...

veste-te de mim
e respira os meus sonhos...

guarda-me na tua bolsa
como bilhete de amor escondido...

passeia-me com a tua sombra
como se os corpos fossem um só...

Inventa-me em ti,
no teu quarto,
no teu espelho de mão,
no teu frasco de perfume preferido,
no teu bornal de sonhos e ilusões,
no teu poema mais querido...

Serve-me em ti,
sorve-me em ti
e deixa uma parte de ti
sentir-se em mim...

AUTOR: Vítor Costeira