DISPUTA DE MAESTRIAS


 - ARTE CIRCENSE - CRÔNICA - RETÓRICA - JOGRAL - POESIA - TROVA - PROSA -



XEQUE-MATE DA RAINHA - por Elizabeth Freemantle  (livro- romance)

 

Um romance histórico avassalador, repleto de intriga e traição. Elizabeth Freemantle conduziu extensa pesquisa para recriar o universo da corte do rei Tudor, Henrique VIII.
Katherine Parr, sexta esposa do rei, trilha um caminho perigoso entre paixão e lealdade. Muito mais nova que seu marido, ela precisa aprender rapidamente a lidar com os perigos da corte Tudor, especialmente no que diz respeito à sua fé e ao seu verdadeiro amor. 
"Divorciada, decapitada, morta, divorciada, decapitada. Esse é o histórico das ex-mulheres do meu noivo.

Estou apaixonada por um homem que não posso ter e prestes a casar com um homem que ninguém desejaria – meu noivo é Henrique VIII, que já decapitou duas esposas e divorciou outras duas e assistiu uma morrer durante o parto. 

Como sobreviverei uma vez que me tornar a rainha da Inglaterra?"


APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES


A todos os meus amigos, escritores, poetas e motivadores,

que usam seus conhecimentos e inspirações

para espalhar, esperança, fé, sonhos, e amor pelas redes sociais.

 

Minhas congratulações, dedicações e gratidão, a todos vocês.

Aqui segue uma lista com vosso link de perfil no G+

E aos que não estiverem nessa singela homenagem, logo logo

conheceram meu ponto de vista e admiração aos mesmos.

 

Este post "Aos poetas do G+" terá sua continuação,

porque cada vez mais, conhecerei novos poetas,

 e terei imensa satisfação de compartilha-los com todos.

 

Com minha sincera gratidão, segue-se a ordem cronológica com que vos conheci, desde que criei meu perfil no G+ abraços fraternos a todos.  

 

Iris angeli +Olhos Poéticos

Tu me encontrastes primeiro,

mas sou eu que nunca deixarei de aprender contigo.

(Os primeiro serão os últimos?)

Ou os últimos serão os primeiros?

Não importa! Desde quê sejamos sempre amigos.

E mesmo distantes, saberemos ( estamos juntos)

 

+Rosa Negra

Uma verdadeira poesia és

quê se distribuiu a todos nós.

Carisma,Simpatia, Amor e Fé!" 

Tornas tudo mais lindo, através da amizade e do carinho

que fazes com que sempre, cheguem a todos nós.

 

+Aroma de Orvalho

 Quê meus olhos jamais a percam de vista,

pois o meu coração vela apreços por ti. (minha amiga)

Que todos os teus sonhos sempre floresçam.

e os teus versos, espalhem cada vez mais cores, pôr onde ir.

 

+Vitor Costeira

 Bela Portugal jamais deixará de ser poesia...

Teus poetas são estrelas diante de nosso olhar.

E teus versos Vitor, é como a lua cheia refletida no mar.

 

+Joana D'arc Matos Prado

A inspiração tem seus oráculos nessa terra,

estes sabem o que pensam, e sabem bem como se expressar. 

Teus versos minha amiga, despertam quimeras

sem que nos movamos do lugar.  

 

+Hari Trindade

A mulher quê existe em teus poemas minha amiga.

Reflete a paixão quê há em todas as mulheres.

Quem a ler, descobrirá-se  enredado por teus versos,

tua poesia é como um toque (de amor) em nossa pele.

 

+Elizângela Nascimento

Tens enigma, em tuas palavras.

Compõem eclipses em tuas entrelinhas.

Seus poemas nos dão asas

e os nossos sonhos a seguem pôr essas linhas.

 

+Sandra paulista Paulista +Lucy Coelho  +SILVIA TARGUETA

Não consigo separar vcs! : )

Me respondam então? (por favor)

"POESIAS QUE FALAM AO CORAÇÃO"

 Têm espírito? Tem alma? E tem corpo?

(eu sei que tem) E este vosso amor

que nos dão mais vida,

 aproximando-nos uns dos outros.

 

+Rosa Soares

 Minha irmã amada

 Me ensinastes a crer

 A fé e a poesia podem caminhar juntas em uma mesma estrada.

Maninha do meu coração amo muito vc!

 

+Luna Intocável

 Tua alma jamais envelhece (Menina)

Teus poemas já lidos. Nunca se esquecem.

São frutos de teus sonhos que jamais terminam.

 

+Eudes marques de oliveira poetisa

Tão segura, quanto ousada,

me lembras uma flor que conheci em uma de minhas quimeras

Essa tinha uma inspiração, que dispensava palavras. 

Teus versos minha amiga Eudes,

são jardins floridos em constante primavera.

 

+Aurea Justo

Escritora Poeta! Tua alma é como um livro. (aberto)

Tua singeleza nos acalma.

Paz e sonhos a quem a têm lido. (sempre bom tê-la por perto)

 

+Ana Paula Silva

 Qual homem não desejaria ser poeta?

 Para desfrutar de tuas utopias.

 Enxerga-la sonhando pôr entre teus versos, 

 Já nos transforma em poesia.

 

+Antonio Lobo

Um oráculo escapa entre teus versos.

e anunciam teus poemas como se fossem profecias

Buscando inspirar-se  neste vasto universo.

Bendito seja exímio poeta, pelo amor que tens pela tua  poesia.

 

+Luciano Spagnol poeta do cerrado

A terra respira aliviada ao te ouvir declamar.

Até o pó da estrada se levanta para amar.

Trazes vida a solicitude da natureza. 

Se, o mundo amasse como tu, não jazeríamos em meio a tantas incertezas.

 

+Poeta do Sertão, A Vida em Poesias

Quem disse quê os românticos foram extintos?

Não conhece a vida em poesias...

Tu grande poeta, vive e faz parte de tudo isso.

 

+anjo luz amor

Teu pseudônimo já diz tudo

Meu amado irmão Continue brilhando

Logo logo serás dia perfeito.

Tua missão e ser constante como o sol,

sempre brilhando sempre raiando. 

 

+Jean Carlo Barusso

 O Brasil nunca aprendeu tanto em tão poucas palavras.

Um universo inteiro em apenas um verso.

Tão jovem, e já tens tão fortes asas.

Sou teu fã Confesso.  

 

+Fernando Mota

A maturidade e a segurança

Se vestiram de poesia.

Teu legado é forte, e teus versos deixam herança

e aprendizado.

Por onde passas.

 

+Cirlei Fajardo 

Tenho orgulho de te chamar de minha amiga.

Pequena bailarina que se transformou em fada.

Bailando entre poemas, transformas a vida

o teu céu não escurece, e o brilho de tua Lua não se apaga.

 

+Joe Luigi

Descreves com supremacia

os segredos e desejos de uma mulher.

O romantismo tem seu estandarte na poesia

repousam sobre ti a singeleza do amor e sedução

entre homem & mulher.

 

+Poeta Virgolino Lima

Tua luta pela poesia salta de teus escritos,

és um alarido despertando as primaveras

para o amor mais belo, o simples torna tudo mais bonito

como é tua historia de amor com sua bela.

 

+Giselda Camilo Pereira

Que orgulho tenho dos poetas minha amiga,

ao vê-la se entregar de corpo é alma a essa causa.

Tão segura deste amor e nunca indecisa,

que está chama entre vocês jamais se apague.

Que inspirações nunca vos falte.

 

+Poetisa Sandra Pires

Realmente a poesia tem sua própria flor

arraigada em nossa pele.

Versos que seduzem, despertam calor e amor

Poetisa Sandra, conheces como nenhuma outra

os desejos (deles) quando falas (delas)  

 

+Mahe Leandro

Tamanha maestria em teu versejar  

Que teus poemas fluam livremente 

como fontes de aguas cristalinas, formando rios correntes

alcançando o grande mar.

Que bom que estás aqui no G+

a tua Art of Writing  deixo meus sinceros parabéns.

 

+arnor milton

Tens as perguntas e as respostas em suas rimas

De tudo que observas aqui embaixo

através de teus versos os enriquece e os eleva ao andar de cima.

A poesia de tuas composições tem a leveza dos lindos sonhos

é a força do mais puro aço.

...

Amigos Deus abençoe a cada um em sua arte

aperfeiçoando o que existe de melhor em nós.

Paz e harmonia a todos. 

De vosso leitor, fã e amigo escritor Lourisvaldo Lopes da Silva.


SESSÃO DE CIRCO...

Somos todos atores na verdade.
Entramos nesse circo por uma cortina mágica que se chama vida.
E saímos por outra cortina que chamamos morte.
O que existe além desse palco é apenas a ideia abstrativa e sugestiva de alguma coisa ainda mais efémera que de lá supomos trazer Intuições, divagações, alma?
Tudo reside ao grande picadeiro, com suas luzes toscas da ribalta, suas estrelas pintadas na lona, seus elementos místicos e alquímicos.
Cada um de nós tem um espaço em cena, um instante de glória ou de pena, onde tentamos desesperadamente conquistar a plateia...
Com algum malabarismo, algum truque Ilusório, alguma palhaçada que arranque riso ou consiga espantos.
Porém do número tolo e caquético que encenamos, nós mesmos sabemos os jogos, os passos, o enredo.
Não convencemos a nós mesmos, ainda que por vezes, embriagados de aplausos imaginamos de fato convencer os outros.
Serão somente rostos indefinidos nas sombras, vultos na arquibancada, que se misturam ao todo.
De cada beijo quente roubamos um gosto, na pluma dos cavalos que atravessam o espetáculo, na cartola que cospe seus pombos ridículos.
Ao rufar dos tambores também saímos de cena, e geralmente soa ao melhor momento...
A queda exuberante da trapezista, do alto, como se fosse a ave dos sonhos que vendemos, como se fora um anjo rodopiando na estreia.
Quando o leão escapa sob o chicote que estala, e engole a cabeça oca do domador.
Quando o sangue jorra e borra o chão de areia, e há aquele supremo silêncio ao redor, de trágico, de extremo ao rufar dos tambores.
Então nos declinamos agradecidos ou cansados e sorrimos ao dizer:
- Ao respeitável público.

 

Autor: RtR Rafael Teixeira Ribeiro Emoticon smile

 


DO LADO DE FORA...

 

Hoje não me vi no espelho,

Ontem se passou, sem nada custar...

O mundo que refleti conselhos...

Sob a superfície do mar!

Se têm uma verdade, está disfarçada.

Em direção a mesmos caminhos,

 criamos várias estradas.

Um lugar onde me encontro.

Onde fingem não se ver,

 dissimulados e atônitos !

Bem vindo ao baile da vida!

"Onde palavras são armas não traduzidas'...

E olhares  são admirações e protesto...

E demais aparências são restos de restos.

Pôr tais convites de irrecusáveis festas...

Não escolha o quê se vê!

Têm gente com cara de mau, quê se empresta!

Têm belezas quê levam tudo, restando o sofrer!

Outros são em tudo mal...

"E a beleza também pode existir pôr dentro como também  por fora!"

Tente enxergar você de igual pra igual!

A noite vai passar, 

"e eu vou me encontrar do lado de fora."

 

Autor: Lourisvaldo Lopes

 


A gênese fértil dos turvos brilhos,
Paleta de cores nas mãos de aurora
Átimos prematuros semi- aduzidos
abortados antes que o sol ditasse a hora.
Deleita-te sereno em teu jardim de alfombras
na alcova dessa solidão -em um mar de rosas.
O segredo jovem tímido, caminha na sombra
do poço profundo dos d'sejos, espera a prova.
Mordaz -a catilinária afoita tem pressa!
 Cataclismos universal sondam tua utopia
  A besta desfigura os seres -fustigam crateras
lubambos fétidos -almejantes sem  serventia.
Cerne encefálico, o coração d'toda alma
fortaleza de carne crua, seduzindo o espírito.
Ápis e Caelum barraram o ruído dos carma
para a passagem dos ícones e seus sorrisos.
Ponderados dutos nas vias do medo
estrelas e olhos brilhantes onipresentes.
Gigantes robustos a cada conquista 
os motivos nos sugerem as lutas.
E o medo classifica os valentes.
Dogmas irreverentes libertam os desejos,
e divide com a nossa ciência as fantasias.
Paradigmas retroativos espreitam ensejos
 anterrostos ultrapassavam de olhar -a magia.
 Pandora ao me ver se trancou em uma caixa,
junto com a ultima de minhas esperanças.
 Foi morar com aurora, entre penumbras primatas
aonde os parcimônicos, cultivam suas tolerâncias.
 Continuação..
Autor: Lourisvaldo Lopes

Prt: 2 (UMBRA)

No eixo da morte habita o medo

              sem meio ou fim -profundo abismo! 

                                       Melancólico e insípido desespero   

                                                           escala em trevas esse precipício

O medo abraça a solidão

por não ofuscar as estrelas.

Traslada o mito e repele a razão

até que ninguém possa vê-la 

-Ela grunge feridas abertas

sorve a alma inocente.

E ao espírito de luz, ele  cega    

-é o prelúdio que devora o carente.

Eu sinto frio mortal nos ossos

secos, que se espalham pelo vale.

As sombras da noite se afastaram

há deserto no céu e na terra,

as vozes (todas elas se calaram)

Não sinto o perfume dessa viúva

que chora em meu nome.

Espargi palavras difusas

aurora não vem, e a escuridão não some. 

  

O medo é presságio profético 

me faz morrer entre temores.

Visões de adágios morféticos 

me antecedem as piores dores.

O medo é uma força motriz

vinda dos deuses do baixo mundo.

O segredo -da morte é a raiz 

utópicas e tenebrosas vindas de umbra.

Aonde o brilho foi  todo tragado

as quimeras se todas perderam...

Quando eu me ver "Estou acordado!"

Descobrirei, nada destes fatos aconteceram.

  

(Lourisvaldo Lopes da Silva)


Desejos indicam a direção das flores,

o frescor de uma brisa, podem te conduzir ao rio!

Esta bem claro, a busca por favores,

de um olhar arredio!

Desejos, Buscam...

Perseguem..

Apenas não se ofuscam!

São claros, estão entregues!

Sem Desejo?

E viver com medo...

Assim eu não me vejo!

Gosto de ousar, revelar meus segredos!

Desejos...Se são em demasias...

De uma excelsa vontade, que nunca se farta,

poderá surgir desarmonias...

As mãos que não descansam, sofrem de constante falta!

(e agonia)

"Desejo bom e desejo Realizado!"

Estes saciam, e consequentemente os vindouros sempre serão melhores!

E os temíveis medos vão sendo superados!

E os maus segredos?

Deixem que se percam, estes são os piores!

O Meu desejo e igual, ao segredo meu e seu!

E que sobre o seu medo?

O meu querer prevaleceu!

E aos bons possíveis, espero que se realizem seus,

                        "Desejos!"

Autor:

lorisvaldolopes.blogspot.com.br 


QUAL É A GRAÇA?

 

A gente tá de brinks,
de tudo faz meme,
faz piada, faz gracinha,
zuera sem limite.

Mas a gente tá zoando
não porque tá de boa,
porque ninguém tá.

Na verdade, a coisa tá feia
e se a gente tá de zoa
é pra não se desesperar.

A gente ri da sorte,
a gente ri da morte, 
ri do sem sentido,
ri de tudo, ri do riso,
do choro.

A gente tá fodido
e ri.

Ri pra não pular 
pela janela,
pra não meter 
veneno na goela,
um balaço na
cabeça.

Ri pra não chorar,
ri pra não endoidar,

Parece que a gente 
só sabe rir.

Ri de medo, de ódio,
de anseio e ansiedade.

A gente ri de tudo
e continua rindo,
mesmo sem vontade.

A gente força o riso,
porque no sem jeito:
o jeito é rir.

Palhaços tristes
tentando se equilibrar
no bamboleio brusco
de uma corda bamba,

A gente tá prestes a cair,
mas se matando de rir
do risco

E da própria
queda.

 

Autor: José Danilo Rangel

Imagem: Cindy Marsolle




Cabana aberta

 

Tenho um ser que não comporta
Tantas almas mortas em mim
Algumas casas sem porta
Outras portas, sem jardim
Não sou o ser quando o tenho
Faço-o uma parte de mim
Como se faz um desenho
Em tinta guache ou nanquim
Possuo um lado direito
Outro torto e sem razão
Conjugo verbos no peito
E peitos no coração
Não tenho o ser que me é
Sou-me todo feito em vento
Como se fosse uma fé
Firme num pensamento.

 

RtR Rafael Teixeira Ribeiro





 
PALAVRAS COMO PEDRAS

Quero atirar com as palavras,
como se fossem pedras incandescentes,
a todas as portas fechadas,
nem que seja só para ouvir
o ruído surdo do trancar do ferrolho
e do fechar apressado das cortinas opacas!

Quero gritar alvoradas
às largas avenidas de multidões adormecidas,
perdidas em monólogos soturnos
de existências egocêntricas e egoístas,
nem que seja só para ouvir
o arrastar dos passos em fuga
e o murmúrio cobarde das vozes medrosas!

Quero juntar, no mesmo navio,
todos os lutadores tatuados com o ramo de oliveira,
marginais do meu tempo,
crentes absolutos da vida térrea total,
incansáveis seguidores da Sinceridade e da Paz,
nem que seja só para ouvir
o escárnio mesquinho da solidão
e o piar fugidio de uma pomba!

Não!!!
não sorrirei só porque tenha que sorrir
nem chorarei só porque deva chorar;
e não diferenciarei as pessoas pela cor dourada
dos botões das suas camisas
nem pela quantidade das moedas nos bolsos tilintantes!

Por muito vazio que navegue o meu navio,
vou continuar a lutar a hipocrisia,
o desdém e o fechar de olhos à violência da piedade,
nem que seja só para ouvir,
de cada garganta, uma gargalhada desprezível;
nem que seja só para sentir
que me pisam e atravessam como ser invisível
e me cospem na cara a histeria milenária
da civilização do Homem como Ser Superior,
onde os párias, como eu, são lançados às feras!

Nem que seja só para lutar contra as feras
vou inquietar-vos, cômodos escravos do Nada e do Artificial,
com as minhas palavras simples, mas firmes
e só me calarei e deixarei de assim ser
quando os meus olhos se fecharem para morrer!!!
...e, nessa altura, podem crer, não estarei só!!!
 
Autor: Vitor Costeira

OS MIL REFLEXOS DE UMA SOLIDÃO

 

Perde-se sempre alguma coisa quando olhamos para o lado e fingimos que não vemos ou quando baixamos o olhar por não querermos ver.

Foi, perante este rápido pensamento, então, que ela retomou a postura inicial, ligeiramente altiva, e ergueu os olhos para a mulher que a fixava de frente, lhe estudava os gestos e apreendia os sinais. Tentava, por seu lado, descodificar os traços físicos e psicológicos daquela figura que a enfrentava tão minuciosa quanto curiosamente. Podia dizer-se, até, que se estudavam mutuamente.

Aquela não era uma mulher de quem se pudesse dizer que era velha, ainda muito longe disso, mas dava a sensação que se queria mostrar como tal ou, pior, não se importava nada em parecê-lo e havia gritos de tristeza e amargura riscados fundo na sua pele ligeiramente flácida. No geral, tinha traços firmes que eram de uma beleza comum, avessa a grandes alardes ou demonstrações públicas daquilo que sabia serem as suas melhores armas.

Olhava-a de frente e, sem ponta de desdém ou inveja, achava que aquele cabelo já passara por melhores dias. Estava desalinhado, sem gosto e com as pontas quebradas. Vários trilhos em contraste indicavam a presença alarmante de precoces cabelos brancos e, talvez, precisasse mesmo de alguma água.

A esta observação respondeu-lhe um olhar triste magoado… aqueles olhos tinham ausência de brilho, de mensagem. Já tinham tido, muito provavelmente, uma existência diferente mas, por ora, apenas transmitiam a imagem de um deserto noturno, vazio e distante.

Estava cansada, notava-se, e as sobrancelhas, a precisar de mais atenção, mostravam-se ligeiramente arqueadas numa interrogação brusca daquele momento. Acima delas, começava a desenhar-se um traçado orográfico identificador de preocupações constantes, de decisões eternamente adiadas, de felicidade diluída e perdida de esperança em esperança.

Franzindo, agora, mais o sobrolho, tentava perscrutar o que lhe podia ir na alma, uma vez que, dizem, os olhos são o seu espelho, mas não o conseguiu, pois encontrou uma barreira tenaz, como se ela lhe dissesse: “ – Aqui, não entras, pois já nada mais me resta, para além da (pouca) dignidade!”.

Endureceu-se-lhe, momentaneamente, o semblante depois desta tentativa, quase imoral, de querer entrar num templo proibido, sem autorização nem convite, e ter acesso à sua arca dos segredos, onde tinha guardado momentos e recordações dos quais já nem ela própria se lembrava! Tinha que assim ser, depois de ter perdido, constantemente, parte de si, por todos os caminhos e pessoas que fora percorrendo. Ser mais uma mulher, é fácil; difícil, pois, é ser mulher, e esta dificuldade paga-se caro e escreve-se em traços profundos e definitivos, como cicatrizes, na face e na alma!

Sorriu, melancolicamente! Algo a deve ter levado a tal. Talvez tivesse sido a ironia de estar a ler, estando a ser lida…um sorriso misterioso e quase juvenil bailou-lhe nos lábios, na boca que ainda atraía desejo, na boca que beijava e mordia as palavras certas e a carne de quem as dizia, na boca que ainda tinha voz para falar, para chamar e, cada vez mais, para concentrar alguma atenção…

Abaixo do queixo bem desenhado, um pescoço algo hirto, envolvido numa pele que se dobrava em curtos refegos cruéis e suportando uma cabeça que àquela hora já pedia paz e sossego. Deslizando os olhos, oferecia-se uma visão desnuda e generosa dos ombros que se mostravam, agora, algo descaídos, virados suavemente para a frente. A postura altiva dera lugar, inexoravelmente, com a crueza que a espuma dos dias tão bem sabe proceder, a uma pose criada apenas para o dia-a-dia e dependente das circunstâncias ou das pessoas presentes. Na maior parte das vezes, porém, descansava dobrada em si mesma, recolhida na indiferença que a alegria e a felicidade nos outros lhe proporcionava.

Não conseguia aguentar aquela pressão, aquele desafio, e voltou a desviar o olhar, e voltou a perder alguma coisa, sabia-o…

Se um amigo pode ser o caminho e um inimigo um muro, o que poderiam ser aquelas duas caras, uma à outra?! O caminho ou o muro? Amigas ou inimigas? Iriam conhecer-se melhor? Determinaria um futuro melhor? E será que era assim tão importante sabê-lo?

Prendeu o cabelo, desfez a maquilhagem, soltou o cabelo, de novo, apagou a luz do toucador e deitou-se, regressando a si mesma, pois não lhe importava nada a dor da solidão, o que lhe doía mesmo era a solidão na dor!

Talvez estivesse, apenas, cansada!…

A noite nada de novo lhe trouxe. O escuro envolvente foi entrando nos olhos e, estes, foram absorvendo a luz que o escuro possui. A noite tornou-se clara. Clara demais… as pálpebras despertas reclamavam o dia, a luz e as imagens criadas pelo espelho inimigo e pela imagem daquela mulher evitando o seu olhar atormentavam-na e dispersavam-se num caos de raiva e raiva!

 

Vitor Costeira