BRISA E RAIO DE SOL - 1ª PARTE
Distante, bem próxima à linha do horizonte, Brisa olhou para o céu e, radiante com o que viu, logo se encantou por nada menos que... Raio de Sol. Para Brisa, aquele
momento foi marcante e, não tardou a enamorar-se por ele... tão brilhante, reluzente, aconchegante... envolvente.
Como poderia ela, uma leve e simples brisa, ser por ele percebida?
Aquele Raio de Sol, tão nobre, tão esperado por todos, dia após dia... definitivamente, para ela, jamais olharia... pensou. Mas, Brisa não desistia e, todas as manhãs,
lá estava suavemente soprando do mar para a terra... em vão.
Foi, então, que Brisa decidiu subir as montanhas e, com tamanha doçura e suavidade, viajou por entre os vales...
Raio de Sol nada via... indiferente ao movimento, continuava o que sempre fazia... encantar com o seu esplendor como quem sabiamente, escreve poesia desde o amanhecer
ao findar do dia.
A noite chegava e, do seu querido Raio de Sol, Brisa se despedia, voltando suavemente para o mar, seu amigo terno... sua fiel companhia.
Os dias foram passando... Brisa foi deixando pra trás os seus sonhos... suas vontades e fantasias. O luar a incentivava para que nunca deixasse de sonhar, mas quem
poderia imaginar que algum dia Brisa e Raio de Sol poderiam se encontrar? ... Brisa foi perdendo a sua esperança...
Passando pelos vales, Brisa retornou às montanhas para se despedir pois, não queria mais estar ali... Deixando a sua face ainda mais radiante, uma gota de orvalho se
formou em seu olhar brilhante e... caiu. Neste instante, sentiu abandonado o seu coração apaixonado.
No canto de um canto, lá estava Brisa... sentida, refugiando e buscando coragem para continuar seguindo em frente. Ainda hoje, ela caminha gentilmente, soprando um
ventinho suave, em todo lugar... levando ternura e acariciando as montanhas, os vales, a terra... e o mar.
E o Raio de Sol?... Bem, este permanece fazendo companhia ao dia, sempre a iluminar, e, por vezes, sorrateiramente, desce e abraça um ventinho refrescante, capaz de
suavizar o seu coração e também a sua mente. Um ventinho tão gentil e envolvente... Raio de Sol não sabe, mas é a Brisa que ele não vê, mas sente... e a deseja
misteriosamente.
Em ambos, o toque que não se vê... o desejo que não se pode conter... o sentido de um ao outro pertencer... a vontade de sonhar junto, sem se perder... Estariam eles
se amando, sem saber?
(...)
AROMA DE ORVALHO
Imagem retirada da Internet
16/02/2016