Especial - Vítor Costeira - G+ De 11/09/2015 à 07/01/2016
JOGO DE CÔNCAVOS E CONVEXOS Apenas a ti eu quero encontrar em cada porto que escalar, em cada oceano que navegar, em cada sonho que pescar quando o meu olhar procurar o teu olhar no mar, pois só tu sabes traduzir o meu jeito de sorrir, o meu modo de dormir e a minha força em alcançar no ar os olhos de uma gaivota dourada que apenas nós sabemos existir, numa carícia apaixonada...
Só a ti eu quero encontrar pois só a tua mão encaixa na minha mão e só o teu corpo encaixa no meu corpo na máxima perfeição num jogo de côncavos e convexos, de belos reflexos e suave paixão...
EMPOLGANTE Primeiro, foi o sonho, depois, o sonho cresceu realidade e, num instante, a felicidade jorrou por todo o Universo dos instantes possíveis e dos espaços intransponíveis e deslizou pelos telhais, pelos umbrais, pelos cais, pelos vitrais, voou pelos ares, vogou pelos mares, e desaguou aos nossos pés, indo e vindo em marés, cristalizando na pele morna como sais, como sinais da essência de viver, o Amor, esse animal puro e veloz que, num ápice de tempo ou num cálice de vento, um dia se apoderou de nós!!!
Autor: Vitor.C Imagem: Adam Martinakis - The division of pleasure
... APENAS UM DIA FEITICEIRO Às células de um, juntaram-se as células de outro e entrecruzaram-se as veias e confundiram-se os cabelos e os pelos e misturaram-se os suores e saborearam-se os odores das axilas e morderam-se as línguas e uniu-se a carne e contiveram-se os gritos, aflitos por não gritarem, e, num êxtase final, aconteceu o momento, o pecado sublime a corpo inteiro!
Lá fora, dos corpos ausente, apenas mais um dia feiticeiro respirava discretamente…
VENCEMOS!!! E, sem saber o que havia para lá de nós os dois, nem o que sucederia entre o momento antes e o momento depois, saltámos as barreiras do medo, riscámos a hipocrisia do mundo e vencemos!!!
E, porque era bem mais forte o que havia entre nós os dois, para lá do momento antes ficou o desejo de haver sempre um depois!... Porque vencemos!!!
Vencemos a hipocrisia e o medo e saltámos as barreiras do mundo, entre um momento antes e a felicidade depois!!!
CRIANÇA ATÉ OS CEM... Auor de eleição, +Lourisvaldo lopes da silva., poeta brasileiro com enorme qualidade!
Tenho o máximo prazer em o ter aqui na minha página! Por favor, creditem este poeta, pois ele bem merece! Obrigado! Quando criança, sonhei em ser grande.... Ainda adulto, descobri, "Não quero mais crescer"... A vida fica tão séria e a maldade se expande! Quero brincar, sonhar, amar, perdoar e assistir TV!
Então logo percebi! "Eu posso ficar por aqui!" Preservado em um corpo a envelhecer... Podem-me chamar de louco, o que eles, não conseguirão, (e me esquecer).
Quero poder, sentir uma pequena raiva e me chatear... Ouvir belas histórias e me encantar... Esquecer todas as minhas glórias e perdoar!
Tomar banho de chuva, "correr descalço!" Não conhecer timidez, me espalhar pelo chão... E ao notar um avião, "apontar com o dedo para o alto!" "E todos os dias me apaixonar (e entregar meu coração!")
Mas o tempo passou... Meus amigos cresceram... Meu coração se entregou! E sobre a imaginação, as necessidades prevaleceram...
Hoje, (estou cansado), já é seis da tarde... O sol já se esconde... A lua acompanhada das estrelas que eu contava, "Trouxe saudades!" Aonde me perdi? Aonde?
Meus olhos choram... As mágoas agora são maduras e mais fortes! Minha dor (dói por dentro),e meus sentimentos imploram... Começo a escrever em um papel, meus desejos, medos e sortes!
E me vejo nesta folha, brincando e sonhando... As horas vão passando e eu "vou-me encontrando!" Entre fábulas, contos, ficção e magia... "Percebo!" "Posso renascer, se me vestir de poesia!"
"Hoje, seis da tarde"... Estou renovado e com muita saudade... De me vestir de criança... De perdoar, amar e me apaixonar (Acreditar ter esperança...)
O mundo à minha volta continua crescendo... E eu? Estou envelhecendo!!! "Mas não estou morrendo!" "ESTOU VIVENDO!"
Estou tomando banho de cachoeira... E sobre as nuvens correndo descalço! A minha necessidade transformei em versos, "O cansaço em brincadeira!" "Espalho poesias pelos ares" e colho o amor, feito chuva, vem do alto... Aos milhares!!!
Aqui o tempo não pondera influência... A vida está passando, com integra existência... "Eu quero ser criança até os cem!!!" E depois?? (continuarei! Em segredo...Não conte a ninguém...)
VIAGEM EM TORNO DE MIM... Sou um barco preso ao cais, navego em sonhos e ideais e embalo-me nas águas deste porto de abrigo que amaina as minhas mágoas como um amigo…
Prendo-me ao cais, e sinto-me seguro, sou barco e sou arrais, domino as amarras, desligo-me dos cabrestantes e, por instantes, o pontão é o meu mundo e o meu rumo não tem rota…
Não preciso de frota, nem de cartas de marear, os meus olhos são o meu mar. Iço velas, balança o mastro e oiço a quilha chorar por uma viagem que começa sem as amarras soltar…
Nada há que me impeça de desfrutar desta viagem, tenho o sextante na alma e os sonhos são as estrelas pelas quais me vou guiar.
Navego dentro de mim da popa à proa, sem fim, depois da faina ao luar. Sou marinheiro, navegante sem escala nem porto, não sou vivo nem morto, escapo à maldição do escorbuto, viajo, descanso e luto enquanto os dias passam e as noites ficam porque delas preciso, para pendurar na Lua o meu sorriso!
VIESTE DO FIM DE UM MUNDO SEM TEMPO! Vieste do fim de um mundo tão distante e distinto do meu, tão livre e tão profundo… missionária de um jubileu, portadora de uma boa-nova, melodia em doce trova, que desfibrilhou o meu coração, que batucou em loucas sinfonias e que arritmaram as pulsações dos meus quietos dias, transbordando em emoções aquecendo as manhãs frias!
Vieste do fim de um tempo que eu não sabia existir, por dentro do suave aroma a incenso, no degustar da especiaria do porvir… pacificadora com gestos de gratidão, vieste como um anjo flutuando, salmos de paz e amor cantando, preenchendo brechas no coração que tão abertas gritavam solidão… e com simples palavras de magia descobriste em mim um sorriso onde antes apenas gelo havia!
Vieste de um mundo sem tempo e fizeste do meu tempo o teu mundo!
CHAMO-TE SOL... És luz! És vida! És carícia apetecida, doce emoção bem-vinda, suave torpor estendida na minha pele, provocando calor, sentindo-me noz e mel… as minhas pálpebras cerradas deliciosamente vais beijando, e os meus olhos convidando à descoberta de novo dia, na tua quente companhia, no percorrer do tempo que me leva a acordar sorrindo na paz desse momento, no desenho do teu sorriso lindo!
És luz! És vida! És a minha fantasia e em ti descubro a energia que a noite, terna e doce, levou nas águas da malícia, numa barca fenícia, como se eu dela fosse, sem que de mim fosse embora e, quando chegas na manhã, como se fosses prendada artesã, constróis em mim um outro eu e eu volto a ser feliz e todo teu!
És luz! És vida! És um Universo para eu descobrir em cada novo amanhecer, e sempre que em mim te fundires poderei chamar-te um nome qualquer, qualquer um nome de mulher, poderei com sonhos em ti florir, enquanto o corpo me descobres e em mim te enrolas em dobras serenas de um perfumado lençol, mas, neste instante, chamo-te apenas e tão-só… Sol!
REGRESSO A NÓS... Prepara esse sorriso gentil com sabor a frutos frescos e cheiro de plantas silvestres; prepara o teu quente abraço com asas brancas de anjo e malícia ardente de mulher; prepara esses olhos lindos, como estrelas sedutoras de paz e oásis pleno de amor!
Prepara o mais bonito vestido e permite os ombros espreitarem, perfuma o mais quente tecido e deixa-os de mim se esconderem, ondula as madeixas do cabelo e, nervosa, enverniza as unhas que irão percorrer a pele e o pelo até a noite se unir com o dia e as vozes serem doce melodia!
Prepara todos os teus sentidos, prepara todas as tuas forças, prepara os desejos contidos, prepara o corpo e a alma, para te perderes no meu peito, e acendermos uma chama calma que aquecerá o nosso leito sustendo a nossa rouca voz, no nosso regresso a nós!
AMANHÃ Amanhã, o dia irá nascer, o Sol irá brilhar e as águas do mar irão correr em sendas de alegria, pelas vertentes da terra, num vaso de guerra em agonia ! Amanhã, num cais de bom abrigo, colado ao outro mundo, perdido no mais profundo dos sentidos e dos pontos cardeais, gritará um novo grito, tão saudade e tão aflito, puro como cristais! Amanhã, o dia irá nascer, o Sol irá brilhar e as águas do mar irão parar, como desenhadas a giz, sem palavras para dizer, só para te poderem ver ser feliz !!!
SÓ DE PENSAR QUE ESTOU AÍ!... Só de pensar que eu estou aí, nas entrelinhas de um texto que um dia será escrito como um romance onde seremos protagonistas, leitores, autores e solistas, indiferentes às regras de pontuação que junto com o sangue fluirão sem um artístico rendilhado enredo, desbravando caminho pelos dias sem fim colorindo a ventura em tons de carmim, esquecendo o tarde, degustando o cedo…
Só de pensar que eu estou aí, fazendo parte de um acróstico, ou projectado num acrónimo, como sendo um intérprete anónimo, formado pelo cruzamento de linhas e de palavras, onde o meu nome apenas é visível pelos teus olhos e o cheiro da minha pele se mistura com o teu, indiferentes à Lua e ao Sol, ao verde do mar e ao profundo do céu, à misteriosa noite e ao esperançar do dia...
Só de pensar que eu estou aí, nas dobras das coloridas capulanas perfumadas com açafrão e canela, trazidas em sonhos por uma caravela que rumou além da Taprobana, e desaguou nos braços de um abraço de que se conhece apenas o momento inicial e o cristalino do seu sal, na transpiração da minha emoção, no acelerar do batimento do meu coração…
Só de pensar que eu estou aí, entre as sementes de mostarda e o aroma do óleo de gergelim, a minha felicidade sorri e se guarda e tu fazes parte integrante de mim!
SÊ A MINHA CIGANA! Sentemo-nos frente-a-frente, resguardados dos olhares passantes, protegidos na nossa tenda e olhemo-nos companheiros, como confidentes e amantes, um no outro confiantes, como se bolas de cristal fôssemos que, depois de afagadas e lidas, dirão palavras que queremos ser ouvidas, descobrirão luz no profundo escuro e seremos, do outro, o seu futuro…
Toma a minha trémula mão como se fosses uma sábia cigana e faz teus os meus segredos… percorre comigo a linha da vida, seja ela curta ou comprida, e sê generosa na tua leitura, preenchendo a linha do coração... com a tua mais suave ternura, descobre em mim um homem forte, no emaranhado das linhas da mão e sê tu a minha linha da sorte…
Viaja comigo na caravana da vida, sê uma das fadas do meu destino e darei como dote um amor diamantino, serás eternamente a minha zíngara querida, com os brincos brincando entre cabelos, fazendo magia no brilho dos olhos belos, enfeitiçando um coração já apaixonado que se ofereceu para ser prisioneiro, adaga, seta cega, arco e flecheiro, menino e eterno homem aprendiz que com as cartas do teu baralho se faz feliz….
Não quero que sejas uma mulher santa, mas aquela que os meus dias cintila e abrilhanta! Sê apenas aquela que eu sinta sempre humana, amiga, companheira, amor, minha cigana!
É JÁ HOJE! Ouvem?... Será que já conseguem ouvir este grito que, de tão distante, ainda, mais parece o murmurar do vento, agitando suavemente os estores corridos, neste findar de madrugada tão silencioso…?
Não vos fere os ouvidos a alegria, o júbilo e a esperança contidos na intensidade desse grito que, de tão longe ainda, mais parece o dormitar de uma criança, ou o nascer de uma flor, no ermo de um vale…?
É já hoje…!!! É já hoje…!!!
Ouvem, agora…?! Está a aproximar-se pausadamente e, à medida que o tempo passa, torna-se mais forte e crescente, entusiasmante e envolvente, como o aproximar das asas de uma águia, no topo de montagens selvagens…!
E não é o anúncio do fim de uma guerra, nem da descoberta da cura de uma doença, ou do nascimento de um novo Sol, nem da falácia do elixir da vida eterna, nem de novas técnicas de alquimia ou, ainda, de inesperadas formas de magia!
É já hoje que dois seres vão-se encontrar, fundir e jorrar uma lava incandescente que brotará das crateras das almas, num hino de amizade e de amor crente, em gestos e carícias serenas e calmas!!!
NÃO ESTRANHO... Não estranho não quereres falar, não estranho não quereres ficar, apenas lamento todo o teu sofrimento, apenas lamento que esse teu lamento fique por gritar!
Não estranho não me quereres amar, não estranho não te ver chorar, apenas lamento eu ser tão pouco alento, apenas lamento que esse teu lamento nos vá derrubar!
Não estranho que apenas queiras paz, não estranho nem olhares para trás, apenas lamento esse desdém tamanho, apenas lamento ser agora o estranho que a tua vida desfaz!
Não estranho quereres ser feliz, eu nunca o soube ser mas também o quis …
MAGIA E, de repente… apareceste tu, qual pomba tirada duma cartola pelas mãos hábeis da vida, aos meus olhos, magia, que, incrédulos, olhavam fascinados os teus gestos, passes fascinantes, mágicos, que me faziam compreender sentimentos que eu retinha, de uma forma muito mais bela que todas as palavras já usadas pelas bocas dos apaixonados…
E, de repente, agarraste-me as mãos e voámos pelo sonho, libertaste-me os sentidos e mostraste-me o caminho, e eu desisti de resistir por me sentir conquistado e entreguei-me totalmente por me sentir feliz!
Como foi que fizeste? Que magia usaste? Que alquimia descobriste? E eu que nunca acreditei que os sonhos acontecessem, que as estrelas falassem ou que tu me amasses… de repente flori, como uma Primavera em Outubro!
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no
Brasil)
Se queres saber onde eu estou, amor, procura bem por entre as páginas do último romance que juntos lemos, procura bem no meio das cartas que de mim, apaixonado, recebeste, procura bem no aroma das flores que as minhas mãos te ofereceram, procura bem na última roupa que contra o meu peito aqueceste, procura bem entre os dedos que nos meus cabelos perdeste, procura bem no mais gentil dos poemas e das palavras de amor que me escreveste!...
Se queres mesmo saber de mim, meu amor, procura bem dentro de ti mesma e não te sintas confusa nem sobressaltada quando em ti me encontrares pois é mesmo em ti que eu estou!...
De que vale magoares-te, de que vale acusares-te, de que vale chorares por erros de que nenhum dos dois é culpado… estou em ti da forma que sempre estive, estou em ti e nunca me ausentarei, viverás, por mim e por ti, todos os sonhos que desenhámos e eu por ti esperarei numa curva de um tempo sem fim. Viverás por ti e por mim e eu feliz serei apenas e só se fores feliz também…
(Estas palavras são inteiramente dedicadas a alguém que muito sofreu e
que continua sofrendo, pela perda de seu companheiro... +Lene Conti! Peço, o respeito total, como sempre tem havido!!!)
Autor: Vitor.C Imagem: Internet
ELA Tem um jeito bem simples de me fazer sorrir e diz as coisas mais lindas que o meu ser alguma vez ouviu, só para me fazer feliz!
Inventa limos e corais nos dedos que entrelaçam os meus e recebe o meu corpo no seu como se eu fosse água e ela fosse sede!
Tem as estrelas mais lindas no céu dos seus olhos! Faz carinhos e mimos e acalenta os meus sonhos!
Ela é querida como só ela sabe ser! Ela é mulher mais do que qualquer outra forma de ser mulher! Ela distingue-se entre os momentos mais maravilhosos da vida! Ela é bem mais do que um simples ser! Ela é o fruto sempre apetecido, delicioso, saboroso e querido! Ela é bem mais do que eu sei dizer, é aquela que me enlouquece, me adora, me beija, me aquece e me faz sentir feliz!!!
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Vamos conversar… Vamos falar, por vezes, sem falar…
Olha bem no fundo do meu olhar e descodifica o que há para decifrar nos mistérios que em mim residem.
Despe a minha alma e lê o meu corpo, segue-lhe os sinais que não fui a tempo de desvanecer, aprecia muito mais o que sentires do que aquilo que a visão te oferecer… despe-me o corpo e lê-me a alma, rasga os tecidos desprotegidos e tenta encontrar algo já esquecido nas artérias e veias que mapeiam a minha pele…
Suaviza e eterniza este momento, cristaliza as gotículas do salgado suor que da minha fronte se desprenderão como chuva quente no Verão, para a concha da palma da tua mão e faz delas parte dos teus segredos, guarda-as como cristais diamantizados, em valiosos quilates lapidados…
Quando, por fim, eu estiver descodificado na imensa enciclopédia dos termos sem significado, fala-me, finalmente, das coloridas paisagens que tão ansiosamente em mim desbravaste, das empolgantes e subtis panóplias de imagens que por todo eu em tela de linho pintaste e dá-me um pouco do teu valioso tempo para continuarmos neste doce momento…
Vamos conversar… deixa-me olhar bem no fundo do teu olhar e descodificar o que há para decifrar nos mistérios que em ti residem…
Permite-me despir-te a alma e ler o teu corpo…
Autor: Vítor.C Imagem: Tomasz Alen Kopera
A FOLHA
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no
Brasil)
Enquanto passeava, num atapetado de folhas que se desfazia sob o meu calçado, o meu olhar distraído e vago foi desperto para ela...
Ali estava ela, diferente de todas as outras…bela!
E, neste meu encanto, de tanto que ela era diferente, eu fui-lhe completamente indiferente… nem uma só vez senti que ela me quisesse mas eu tomei-a nas minhas mãos e apoderei-me dela como se minha ela quisesse ser, não querendo...
Toquei na sua pele, virei-a do avesso, senti seu cheiro a mel apaixonei-me, confesso! Protegendo-a com mil cuidados, evitando o olhar alheio, os meus passos tresloucados fugiram do meu passeio…
Finalmente, em porto seguro, abraçando-a febrilmente, fiz de mim um homem puro e desejei-a ardentemente! Deitei-a e fiz-me sua glória sem saber se o desejava ou queria e guardei o momento numa memória chamada fotografia.
Aqui está ela! A folha que, não sendo minha, sou eu dela...
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Onde estás tu?... Tu que aqui me semeaste, que me deste uma vida inteira como um desafio para resolver, que aqui me deixaste sem um código para decifrar tudo o que não sei, e é tanto que nem sei dizer!
Por vezes, sinto que atravesso um deserto em busca de algo que nem sei se estará longe ou perto, porque é tão fácil eu perder a noção do ínfimo ser que sou, apenas sabendo que quando estou perdido tenho que encontrar o meu caminho nesta demanda, nesta provação, para um destino que me é desconhecido…
Não quero que me salves, pois eu sei que essa é minha função, gostaria apenas de sentir que estás lá, sempre que no chão eu cair, e que terás estendida a tua mão, quando eu para cima olhar esperançado em te encontrar, em te ver sorrir…
Preciso de força, preciso da tua força, preciso do teu olhar, preciso saber que existes em mim tanto quanto eu quero sentir-me em ti! Preciso saber que estás comigo, preciso sentir-me acompanhado e que a tua mão segura a minha, como guia apaixonado… não sei encontrar-me abandonado!
Deixa-me sentir abraçado, alimenta a minha esperança, faz do meu sonho uma tua criança, faz de mim o teu sonho!
Dá-me paz, acalenta o meu amor! Onde estás tu, por favor!?...
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Por onde andam os teus pés? Por que mares? Por que marés? Que mergulhos tens ousado? A que profundidade te tens aventurado? Que ar respiras tu na água que o teu peito ingere? Qual a sabedoria dos teus olhos que sabem ver através da salmoura das moléculas da água salgada, sem que a íris do teu olhar se negue a repetir o espasmo?
Ultrapassas a barreira dos corais sem que as moreias te molestem, sem que as caravelas te inflamem a pele, sem que a escuridão te esmoreça? Quais os fluídos que te atraem? Serão aqueles que mais te maltratam? De que sonhos te alimentas tu? Porquê essa urgência tão premente em testares as leis da gravidade, em te aproximares do que já sabes que inevitavelmente te ferirá e que descobrirás, uma vez mais, a sua diminuta importância?
Por onde andam os teus pés que nunca têm chão? De quanta inocente coragem é revestido o teu atrevimento? Por que maravilhosas metamorfoses já os teus dias passaram? Em que posição adormecem os teus sentidos quando extenuados cedem ao cansaço? Como consegues tu descansar a alma? Que calma ofereces tu ao teu viver?
Se me levares contigo a passear, será à beira-rio ou à beira-mar? Que água queres tu comigo respirar?
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Deixa-me sentar a teu lado, sentir que hoje sou o teu protegido, o teu menino querido, aquele que perto de ti estaria e para quem tu olharias com carinho, num desvelo meigo e terno, bem para além do eterno de onde sinto que, finalmente, me vês…
Deixa-me sentar perto de ti, sentir que o calor do teu corpo se fez nascer todo ele para mim, que os teus braços são fitas de cetim esvoaçando, truque ilusionista, enlaçando-me como oferenda de Natal, e fazendo com que os meus olhos infantis fiquem maravilhados perante a magia e recusem deixar de fazer parte da ilusão e do momento inesquecível que criaste…
Deixa, apenas hoje, eu ser o teu único e sentir que nasci para estares comigo…
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Leva-me contigo, a passear. Agarra a mão, abandonada na tua, e guia-me, com os olhos vendados, através de caminhos que só tu conheças, atapetando o meu ansioso caminhar, sobre um manto romântico de folhas outonais caducas e macias. Ampara-me os passos e deslumbra-me com tudo o que não sei, até me fazeres sentir rei de algo que não saberei se existe senão na capacidade que tens em mo mostrar. Leva-me a passear contigo, até à enésima curva do caminho e, suavemente, como o leve tombar de mais uma folha, apenas, abandona a minha mão e desvanece a tua imagem nos olhos que não vês, transformando-te em memória aos meus sentidos. Serei, então, desafiado a encontrar o meu próprio caminho de volta a um princípio que não sei se ainda existirá, no preciso momento em que me desvendar. Até sair do ponto onde me deixares ficar, poderei sentir a amargura em estar só e reconhecer na tua ausência a essência da minha solidão. Chegarei? ainda, não o sei, mas apenas o saberei se um dia me levares a passear e, suavemente, me convidares a ficar só, numa qualquer curva de um caminho que apenas tu conheças…
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
...e, assim, amanheceste os teus sentidos em mim e acordaste o torpor da madrugada, acariciando o momento, enchendo o silêncio com ternura e despertando os meus sentidos em ti... Não sei se tinhas as pálpebras cerradas porque os meus olhos fechados não vêem mas senti as pontas dos teus dedos redescobrindo caminhos já conhecidos, folheando as páginas de um livro como se fora a primeira vez que o lesse... Não trocámos palavras entre os dois porque para amar não é necessário dizer nem para ser amado é necessário ouvir! E a vida, o Mundo inteiro, tudo recolheu àquele ponto do Universo, ao vórtice infinito daquele instante! Serenamente cansados, repousámos os corpos na doce manhã que despertou os seus sentidos em nós e, num sussurro, disseste-me: -- Bom-dia...
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Quando o raio de luz beijou a mão adormecida sobre uma outra mão, aqueceu os seus tecidos, acordou-lhe os sentidos, violou a frágil fronteira, fez ranger a madeira, sonhou mil girassóis, tocaram lindos violinos, parou o relógio da sala e fez tombar os lençóis…
Depois, os tecidos suavizaram, os sentidos repousaram, a fronteira recolheu, a madeira cansada cedeu, mil girassóis rodaram, os violinos cessaram, os ponteiros avançaram e os lençóis ficaram no chão …
…e a mão adormecida sobre a mão, num grito de glória e prazer, apertou os dedos nos dedos dizendo, sem nunca dizer, que a luz não tem medos nem tem segredos, sempre que inunda o quarto dando à luz o Amor, fazendo-se, de si mesma, parto…
ENQUANTO A ÁGUA NÃO APAGAR OS TEUS PASSOS... Sento-me contigo à beira do mar, enquanto leio Kafka, e colho, deste lírico pomar de vozes ressonantes e sombras de bronze, um poema que ofereço à presença da marca ausente na areia que aquece o instante e que a alma incendeia…
Mergulho nas águas amigas que abraçam o meu corpo, numa entrega total, e refresco-me na brisa que te faz companheira e me beija a pele, enquanto o piar das gaivotas se dilui em versos e desagua na chama do relevo da praia que se faz cama permitindo o nosso serenar, o olhar um no outro, e, assim, residirmos os dois num só…
Espero a tua chegada, enquanto a água não apagar os teus passos, entre mim e o mar, entre o ser e o estar, e, mesmo sentindo que, não estando, aqui estás, preenchendo a imensidão do meu Universo, timidamente, construo o meu verso, pedindo-te singelamente: “Não vás!...”
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Pendura-me no teu pescoço como um lindo fio dourado; prende-me nos lóbulos das tuas orelhas como brincos de cigana; usa-me nos teus dedos como anéis com gemas raras; aperta-me dentro do teu vestido como seios dóceis e sensuais; perfuma a tua pele macia com o aroma da minha pele; fecha-me entre os teus lábios como batom silvestre carmim; veste-te de mim e respira os meus sonhos; guarda-me na tua bolsa como bilhete de amor escondido; passeia-me com a tua sombra como se os corpos fossem um só...
Inventa-me em ti, no teu quarto, no teu espelho de mão, no teu frasco de perfume preferido, no teu bornal de sonhos e ilusões, no teu poema mais querido...
Serve-me em ti, sorve-me em ti e deixa uma parte de ti sentir-se em mim...
(Poema inserido no meu livro SOU TEU, a publicar hoje, 25/10/2015, em Portugal, Brasil, Angola e Cabo-Verde)
Se tivesses asas serias a ave mais linda! Se tivesses pétalas serias a flor mais linda! Se fosses água serias a lagoa mais linda! Se fosses cor serias o céu mais lindo!
Sabendo que não tens asas, nem pétalas, sabendo que não és água nem cor, vejo-te como uma ave vestida de flores que sobrevoa as lagoas e sobe aos céus, levando-me contigo nas asas, vestindo o corpo com pétalas e o cabelo escorrendo água, para, perto do firmamento, purificares-me o corpo e eu ficar preso a ti, como um louco fica preso a um sonho!
E, num acto final de devoção, voltamos ao jardim sagrado da paixão que nos acolherá até novo voo...
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU", a publicar em 25/10/2015, em Portugal e no Brasil)
Recebe-me… não necessito de euforias, flores ou fantasias, apenas preciso que me recebas de alma aberta, sem nenhuma palavra certa mas com um simples e lindo sorriso…
Recebe-me no teu universo, sintetiza-me num só verso, idealiza-me como teu querubim, deixa-me aconchegar em ti, permite-me pernoitar onde o Sol se costuma aconchegar, e, assim, manter o calor que ele amanhã virá buscar, precisamente a este mesmo lugar onde restará apenas o meu odor…
Como um doce licor, saboreia a minha chegada como se não houvesse amanhã e o amanhã não tivesse uma madrugada, para que a partida não seja desejada nesta ventura pura e sã…
SE UM DIA TU NÃO ME QUISERES... Se um dia tu não me quiseres, escreverei um poema feito de água com sabor a sal, um poema de lágrimas, sim, mas sem pingos de mágoa, prenhe de felicidade imortal, não pelo que não vou ter mas por tudo aquilo que me deres até que esse momento aconteça e quero que saibas que não vou sofrer sempre que esse poema voltar a ler, porque fui o homem que nunca pensou ser, porque fui o ser a quem ofereceste o teu ser…
Se um dia tu não me quiseres, não conseguirei evitar chorar, os meus olhos serão mais dois oceanos e a minha dor será um mar, mas no instante suave da partida sorrirei e abençoarei toda a vida por ter sido por ti escolhido, por ter contigo vivido e repartido os mais lindos sonhos e ilusões, os piores desencantos e as desilusões que desenhámos em cada olhar do tempo, enquanto o tempo condescendeu ser nosso, enquanto o tempo quis ser sentimento…
Se um dia tu não me quiseres, não vestirei o meu sorriso com solidão, nem viverei os meus dias com amargura, num rosário de lástimas e saudade pois serei o homem a quem ensinaste a felicidade e tu a mulher que dançou comigo no Paraíso, enquanto a orquestra divina assim o quis, enchendo e abençoando toda a minha vida fazendo de mim, até ali, um ser muito feliz…
Se um dia tu não me quiseres olharemos para as estrelas sorridentes, e, por razões bem diferentes, seremos ambos melhores seres!
NUNCA DESISTAS DE TI! Sempre que a solidão invadir a cabeceira da tua cama e se instalar entre a pele e o pijama, num frio arrepio, no silêncio vazio que nenhum sonho poderá aquecer, nas noites em que os teus braços não encontrarem abraços e regressarem resignados ao corpo hirto, que se afunda na imensidão do colchão, lembra-te de que és apenas aprendiz de algo que ninguém te ensinou e não desistas de ser feliz!
Sempre que a tristeza te desequilibrar o alimento da alma e se sentar cruel contigo à mesa, num apetite faminto e voraz, para o qual não encontras um nome, para além de fome, nos infinitos compassos do tempo que prolongam o sofrimento e avinagram de dor as feridas abertas que se tatuam em eternidade, como marcas impressas numa matriz, que não pediste nem quiseste, não desistas de ser feliz!
Sempre que a vida se fizer em ti cicatriz ergue os olhos ao céu, sorri e não desistas de ser feliz!
SEMPRE QUE A SAUDADE... Sempre que a saudade te visitar, nos momentos em que eu não estiver ou já não souber estar, por entre as pétalas de um malmequer que os teus dedos irão contar e que a teus pés cairão, uma a uma, sim e não, até que o caule e o cálice restem solitários e órfãos nas tuas mãos…
Sempre que a saudade se fizer sentir, nos sorrisos que eu possa esquecer ou por já não saber sorrir, por entre as páginas de um livro por ler onde os teus dedos irão descobrir o bilhete que não escrevi de despedida, suavizando o cruel momento da partida, para quem a chegada se fez nada e a ausência se desfez em ida…
Sempre que a saudade te vier morder, na saliva dos beijos que eu não beijar ou por já não haver chama para arder, no ardor dos instantes por acontecer que o Universo tudo fará para te lembrar, no precipitar contínuo das noites e dos dias que se unem em peças de perfeita harmonia, na matriz complexa do sonho a descodificar que te acordará entre o enigma e a nostalgia…
Sempre que a saudade te bater na porta sorri na sua chegada e franqueia-lhe a entrada, pois só tem saudades quem se reconforta na luz de uma vida antes bem-aventurada!
AGORA, BEBO O LUAR NA PRAIA... Deste-me o Sol, deste-me a Lua, cobriste-me o corpo com estrelas e fizeste de conta que sentiste o agradecimento que eu não dei, o sorriso que esqueci, a mão que no bolso ficou. Tudo o que tinhas para dar, a mim deste… tudo o que sabias fazer-me feliz arrancaste de ti e, nesse todo, me vesti, pavoneando um eu que, dia a pós dia, se distanciou mais do céu!
Oferendaste-me um Universo, partilhaste-te por inteiro, doaste-me a dádiva maior que apenas uma mulher pode doar, inventaste em mim alguém que jamais soube ser, construíste-me, edificaste-me, sublimaste o quase nada neste tudo que agora sou e eu…?
Eu continuei a olhar sem ver, olhando a praia e não vendo o mar, não entendendo o luar e ficando à espera que continuasses a fazer de conta que sentias o sorriso que não vias, o agradecimento que não ouvias e o carinho que não fiz, enquanto dormias…
E eu…? Eu agora bebo o luar na praia, sempre que a noite me vem lembrar que já não há ninguém para me cobrir o corpo com estrelas…
25 de outubro de 2015 - Noite de autógrafos da apresentação do livro SOU TEU.
PODE A MINHA LÁGRIMA JÁ TER SIDO A TUA? … e a tua lágrima corre, escorre, tomba no chão, perfura a terra que a espera, que a acolhe, que a sorve e a oferenda aos rios, onde se junta a outras, múltiplas, muitas, que correm para o mar num festim, num suave manjar, num ciclo sem fim, onde se eleva aos céus, lágrima feita ar, adormecendo numa nuvem, que a leva mais além e a devolve água…
… e deixa-se cair, suavemente fluir, precipitar-se gota, alma devota, suavizada, purificada, deliciada em deliciar a minha boca sequiosa, que a sente deliciosa, doce licor, suavizar a dor…
…e dos meus áridos olhos uma lágrima se solta que corre, escorre e tomba no chão, onde outras cairão, quente e crua…
(Poema inserido no meu livro "SOU TEU") Brindar a ti, amor em cálices de bem querer, entre gardénias de saudade e pétalas de malmequer, entre promessas de verdade e medo em te perder talvez um dia, quem sabe, ao amanhecer... Brindar a ti, amor, com sonhos de nunca dizer, entre colinas de ansiedade e planícies de enlouquecer, entre loucuras sem idade e noites por acontecer, talvez, um dia, quem sabe, ao entardecer...
Brindar a ti, amor, em momentos a não esquecer, entre abraços de vontade e soluços de prazer, entre palavras de amizade e desejos de te ter talvez um dia, quem sabe, sem mesmo eu saber...
Brindar a ti, amor, no mais sagrado dos rituais, é entregar-me a ti, em flor, é querer-te sempre mais nos dias que passam sem cor, tristes e sempre iguais enquanto não te tiver, amor, e, de amor, morrermos imortais!
O NOSSO AMOR, AMOR... O nosso amor é seiva que aumenta a cada momento, é sangue que alimenta o sangue dos nossos dedos, é brisa que voa para além do tempo, é voz que ecoa sem segredos, sem medos, é força que agarra as palavras “amo” e “posso”!
O nosso amor, amor, é apenas isto, é apenas nosso!...
Autor: Vitor. C Imagem: Adam Martinakis
JOGO DE CONTRASTES
(Poema inserido no meu livro"SOU TEU")
Tu és o Sol e eu sou a Lua, és fechadura e eu sou gazua… eu sou a noite e tu és o dia, és alegria e eu melancolia… tu és o calor e eu sou o gelo, tu és a pele e eu sou o pelo… eu sou a sombra e tu és a luz, tu és a face e eu sou capuz… tu és um mar e eu sou um rio tu és amar e eu sou o cio…
Tu és sinónimo e amor ameno, eu sou antónimo, eu sou veneno… és Universo e eu sou apenas um verso inverso nos teus poemas… somos diferentes, somos iguais, somos sementes e nada mais!
E é assim que somos os dois, um sempre antes e um já depois… um que diz não, outro que diz sim, a algo lindo que não tem fim!!!
GOSTO DE AMANHECER... Gosto do amanhecer... sentir que estou a renascer e, como um cavalo selvagem a galope desenfreado pelas pradarias da vida, a inspirar nas narinas, a fresca brisa matinal suavizada pelas primeiras e mornas sensações de luz!
Gosto do amanhecer… acordar sabendo que mais um dia terei para me sentir rei de um reino sem coroa nem idade, que flutua entre um princípio e mim, entre aquele que já não sou e um fim, e que me foi dada nova oportunidade para fazer o que antes não fiz, ser e fazer alguém feliz!
Gosto do amanhecer porque gosto de amanhecer, de renascer, de perceber que poderei ser alguém muito melhor sempre que acordar e poder aprender a dizer de cor a cor do que é belo em meu redor…
O AMOR FAZ-TE AINDA MAIS LINDA! Qual moça namoradeira, sorridente e prazenteira, a felicidade assoma-se à janela da tua alma contando incontida uma história sentida, cantando e encantando, querendo ser vida, degustada, saboreada e servida, rebrilhando-te o olhar, corando as maçãs do teu rosto como vermelhos cravos, e desenhando um doce sorriso que nenhum pintor sabe descrever nem algum poeta se atreve a pintar…
… e o sorriso, atrevido e sorrateiro, como moço alcoviteiro, desvenda o teu segredo, desenrola o novelo dos sonhos suaves do teu mais belo credo, como o planar tranquilo das aves rumando ao finito do infinito do humano imaginar, em bruxuleantes e ardentes fogueiras soletrando em fagulhas o verbo amar…
… e um novo e tranquilo brilho desponta no hemisfério esférico do olhar, como quem olha os primeiros passos de um filho e, no murmúrio de um delicioso respirar, aos céus agradece e brinda!
LEMBRA-TE QUE O TEMPO PASSA A CORRER... Se não procuras ser feliz com receio de falhar, corres o sério risco de viver sempre a sonhar, de construíres futuros onde nunca irás habitar, de erigires pedregosos muros que te irão impedir de ver o Sol da vida sorrir também para ti!
Oh! Insano Ser Humano! Se não tentares ser feliz com medo de sofrer, lembra-te que o tempo passa a correr diante dos teu receoso olhar, e que a felicidade só se faz presente de quem da vida não se ausente!
Viver assim é não viver! É querer respirar sem ter ar, é querer sentir sem ter alma, é sofrer por não querer sofrer, é não ser amado por não amar, é ter uma dor que nunca acalma!
Respira a brisa que se te oferenda, inala o momento e… vive! Permite que a felicidade se acenda e brilhe em ti como uma prenda!
A ALMA QUE FICOU CONTIGO No estonteante emaranhado das doces palavras, cruzadas no labirinto de um sentimento ousado que nunca soubemos saborear, entregaste-me o teu voluptuoso corpo com suaves mistérios perfumado para que eu me distraísse a o desvendar, enquanto tu, serena e calma, me esvaziavas o Ser levando contigo a minha alma…
E na caligrafia das curvilíneas formas, com os meus olhos vendados, eu lia inexistentes poemas, inebriava-me com os vazios esquemas rimáticos e prendia-me a esses versos livres, soltos, sem grilhetas nem amarras, e declamava encantado uma poesia que apenas eu sabia ler sem existir, enquanto tu, divertida e infantil, brincavas com os farrapos que ainda me restavam…
Sem dicionário nem um código certo, eu abraçava-te como se me salvasse tentando ser oásis do meu próprio deserto, até que um dia o jogo te cansasse e a alma a mim voltasse…
… e voltou, assim que, de novo, te fizeste ao mar em busca de outro marinheiro para encantar e eu ali fiquei, vendo-te aproar às vagas que te esperavam em silêncio, no meu porto de abrigo, marejando o olhar e sentindo a alma fugir contigo!
COMO POMBAS, COMO ÁGUA Como pombas brancas riscando o cinzento de nuvens metafóricas, num céu sem limites, infinito, sereno, rumo a um Universo distante de um sonho lindo…
Como gotas de cristalina água escorrendo da verde vertente de uma folha de árvore, escapando, serpenteando pelas suas nervuras, alegremente, sem mácula, sem pecado, enquanto as manhãs parem orvalhos…
Como seres peregrinos de rios e estradas, de planetas e estrelas, de foguetões e caravelas, do bem e do mal escrito pelas próprias mãos, de olhos abertos e peito voraz…
Como seres que querem começar puros, como se nunca antes tivessem começado, como se nunca antes tivessem ofendido ou humilhado, como se nunca antes tivessem errado!
Queremos recomeçar, pombas ou água, doridos, ensanguentados, feridos, sujos, rotos e famintos, com a alma a transbordar de dor e o corpo de suor, mas queremos recomeçar puros, como se nunca antes o tivéssemos sido até ao momento em que sentimos ser peças do mesmo jogo e descobrirmos que o brilho dos nossos olhos já morava no olhar do outro!
Como pombas ou como água, tanto nos faz, queremos sonhos, queremos esperança, queremos paz!
Como pombas ou como água queremos percorrer o caminho de Santiago, descobrir a Arca de Noé e o princípio do Arco-íris, queremos ser ninfas, duendes, fadas e gnomos, beber elixires, poções e palavras mágicas como confiança e Amor!
A BALADA QUE NÃO CONHECEMOS Gostes daquilo que gostares em mim, mesmo que nunca me chegues a dizer nas palavras que apenas nós ouviremos, nos fortuitos encontros a que os caminhos nos levam, cegos de felicidade, quero dizer-te que alimentas todos os meus sonhos, ocupas o tudo dos meus pensamentos, embelezas os meus momentos, escreves as mais belas páginas da minha vida, e é por ti que eu espero, e é por ti, só por ti, que eu continuo a acreditar que a vida é uma balada que nós não sabemos, mas que havemos de cantar qualquer dia, amor!
ESTOU NAS TUAS MÃOS Cheguei… Finalmente, consegui encontrar o trilho dos passos peregrinos na luz dos caminhos que levam a Ti. Não foi difícil entender qual a vereda a percorrer mas foi, sim, a caminhada, pois eu sabia muito bem que era a mim mesmo que eu iria enfrentar, nas forças que me iriam faltar, e na aridez das palavras que eu gritaria de dentro da descrente alma que vazia se encontrava na partida…
Sei que me esperavas… Sinto que a tua espera era a minha e que me recebeste no teu todo, com um sorriso que eu não sei ver, mas que sei valer a pena ter acreditado que aqui chegaria, porque aqui continuarias esperando, apesar da minha dolorosa incerteza…
Acolhes-me como a um filho, com compreensão e benevolência, num abraço envolvente, e eu assim me deixo ficar no calor que te Ti se desprende, e, sem reservas, me entrego, sem nada saber explicar, em silêncio, sem nada pedir, mas tendo tudo para dar!
Cheguei.. fui deixando os sinais dos meus passos no pó dos caminhos e veredas que percorri, abençoei as árvores deixando-lhes o meu olhar e descansei no fresco das suas sombras, perfumei o ar que me envolvia com poemas de esperança, derramei palavras de amor pelos riachos e tornei-me, desta forma, peregrino de mim, encontrando-me no fim de uma caminhada que nunca antes pensei iniciar…
Cheguei… Aqui estou eu, agora, olhando para Ti sem te ver mas sabendo que estás aqui, também, comigo como sempre estiveste e estarás.
Cheguei e estou grato por me receberes! Obrigado, pelo Teu sorriso! Estou nas tuas mãos!
Autor: Vitor. C Imagem: Rodolfo Ledel
FADO TINTO Bebemos na noite um fado tinto com travo a saudade, felicidade e afinco, o coração fala e a tristeza cala em silêncio numa sala com uma luz ao fundo a quem chamamos voz calando meio-mundo e enchendo os olhos de alma de quem respira palavras e poemas sendo, as dela, as nossas dores e a nossas dores as suas penas…
E a voz fala da vida como sendo a nossa! É mar, distância, amor, vento, sentimentos e dor, solitária vagueia pelas mesas, alimentando as almas acesas, e lacrimeja-se nos olhos, pinta-se em aguarelas em becos de tristeza e vielas e num fundo queixume canta traição e ciúme e aquela já não é apenas a voz, aquela já somos todos nós!
Somos nós embarcando em caravelas, num delírio de marinheiro, partindo com um sorriso e chegando com um adeus, guerreando com os nossos eus que pelejam por amores desencontrados perdidos ou atraiçoados, embalando a nostalgia, inebriando os sentidos, os que sentimos e os que um dia, gostaríamos de sentir, e, entre um ir e um vir, nesta viajem de um povo, há um cantar e um porvir, uma fatalidade e um destino, numa razão sem tino, numa guitarra um trinado, num percurso eternamente inacabado, a que muito simplesmente chamamos fado!
Autor: Vítor. Costeira
Imagem: Internet
ERA EU...?
(Poema inserido no meu livro SOU TEU) Era eu quem, em tuas preces, pedias? Era eu quem tu desejavas? Era mesmo eu quem tu querias? Era comigo com quem sonhavas? Continuo eu a ser quem queres? Sou eu quem ainda desejas? Preenchi os teus sonhos? Consegui tornar real a tua ilusão?
Tens razão, eu devia saber todas as respostas, devia saber e sei, mas ouvi-las por ti repetidas sabe-me sempre tão bem... vezes sem conta, onde conta bem mais o bem que sabe do que as vezes que se conta… cada vez mais sentidas de cada vez que as repetes, as palavras são melodias queridas!
As palavras são sorvidas em gotículas de prazer, uma a uma, sem uma perder...
Sabe bem ouvir-te dizer que ainda sou eu, que sempre serei eu, e apenas eu, a quem o teu eu se deu, por quem o teu todo cedeu, e cantas-me as palavras mais lindas que sei, as que contigo aprendi e aquelas que contigo ainda aprenderei… …e, quando com elas me cantas, encantas-me e em ti me encontro!
Sim, eu sei as respostas mas sabe muito bem ouvi-las de ti…
Autor: Vitor. C (Poema re-publicado) Imagem: Internet
ATÉ QUE A MEMÓRIA NOS SEPARE...! Sabes quem eu sou? Lembras-te de mim? Recordas, um dia, termos dito “sim”? Já não sabes quem és, eu passei a ser um estranho, olhas para mim todos os dias como se fosse a primeira vez que me visses e, de vez em quando, falas e contas coisas que eu desconheço, apresentas-me a pessoas que eu não consigo ver e, à nossa volta, há um vazio tão cheio que apenas tu sabes ler e eu sinto que te estou a perder…
Já não há plano algum, os sonhos são apenas doces e eu apenas gostaria que fosses a metade do que ainda somos, no prolongamento da vida e do escorrer do tempo que já fomos…
Olha para mim, por favor, por um só segundo que seja! Vê em mim o teu amor, vê em mim quem ainda te deseja, desejando agora, tão somente, que sentisses o que em mim sente a dor de não poder mais ouvir a tua voz fazer-me sorrir, antes de eu voltar a ir, para, de novo, amanhã voltar e repetir a amargura do momento de aqui chegar sem me conheceres, sem em mim veres aquele a quem disseste “sim”, aquele que nunca imaginou um dia ver-te assim…
E eu… eu amanhã voltarei e tudo se repetirá, na eternidade da solidão com que até amanhã viverei, enquanto tu aqui ficas convivendo com a tua memória, aquela onde eu não existo, aquela onde eu não sou história…
Hoje, como ontem e todos os outros dias deixo-te rosas, lindas, vermelhas, cheirosas, aquelas a que ainda dás valor e, com elas, os teus olhos brilham e adquirem a vida que eu conhecia, permitindo-me sentir que ainda aqui estás, enquanto eu aqui estou ainda…
E eu… eu voltarei sempre porque sei que já não sabes quem sou mas eu sei quem tu és e tu serás eternamente o ente a quem eu me dei e me dou, aquele a quem eu um dia disse “sim”, até que a memória nos separe em dois, um dia, por fim…
POETA É AQUELE QUE SAI DE SI... Poeta é aquele que veste a fome com um pão que não tem nome, fazendo brilhar um infantil olhar com as escamas que tem o mar, sempre que a toalha da sua mesa se estende em humilde nobreza, nas entrelinhas que a vida cose nunca perdendo a digna pose.
Poeta é aquele que sai de si, quando, na dor e na saudade, ri nunca chegando de si a sair jamais deixando a alegria partir, sempre que a noite se acama entre a solidão e o seu pijama, gritando que a noite não é eterna e a esperança é uma luzerna.
Poeta é aquele que escreve mel em telas de amargura e acre fel e alfineta um adormecido ser que pouco faz para o entender…
Autor: Vitor. C Imagem: Vladimir Kush
A DEMANDA DO CAMINHANTE Faças o que fizeres, vás por onde fores, caminhante, deixa boas recordações no teu caminhar, no desenho dos teus passos…
Inspira a beleza em teu redor, faz dela o teu modelo e retribui-lhe tudo aquilo a que tiveste direito, depois de te entregares em pleno…
Não estragues, não magoes, viajante, não te mostres dono do que não tens, nem outro que não tu mas, se tal acontecer, na imprudência dos gestos ou na ausência dos sentidos, para, recua e estende a mão a quem tu derrubaste, feriste ou maltrataste e retoma o passo do teu esperançoso caminhar…
Parar, nem sempre é desistir… recupera o fôlego, aprende com os teus erros, abastece o bornal da esperança, bebe um gole de fantasia, não demasiada, e ilumina o teu olhar com a alegria antecipada de teres, na tua chegada, quem tu quiseste feliz na tua partida…
Mas, se ninguém houver à espera retoma o teu caminho de volta, seguindo os passos dos teus passos, mesmo de olhos cerrados, não precisando de mapas ou de bússolas, e recomeça a tua demanda em busca da felicidade sonhada!
…e, quando terminares, já sabes bem o que fazer: faz-te feliz!
Faz-te feliz, fazendo feliz quem te esperou, fazendo feliz quem em ti acreditou!!!
O ÚLTIMO POEMA...(?) … e quando esse dia chegou… não me abandonaste de repente, antes, deixaste-me aos poucos, saíste pé ante pé, maciamente, como não me querendo acordar, apenas o bastante para a minha dor não me saber sozinho… e, assim, os lençóis da nossa cama deixaste em calculado desalinho, mentindo uma última noite de doce amor intenso.
… e quando esse dia chegou… disseste adeus de mansinho, como não me querendo acordar, apenas o bastante para a solidão não acudir, nem o meu dia agitar. E quando, por fim, num último gesto, passaste a umbreira da porta, fechaste-a levemente, para me deixares docemente imerso no meu sono inconsciente.
… e quando esse dia chegou… espalhaste as marcas da tua ida sem que eu sentisse a despedida, deixando na xícara do café a marca do batom mais forte, aquela com que desenhavas sonhos, no percurso entre a minha boca e o nosso mais delicioso prazer, desenhando também a mesma marca no meu rosto ainda adormecido!
… e quando esse dia chegou… apenas dei por ele, pela sua presença tão atroz, quando já não fazias parte dele, quando já não fazias parte de nós…
Autor: Vitor. C Imagem: Tomasz Alen Kopera
ADEUS... Queridos amigos, ontem publiquei o meu último poema, aqui nesta página do G+. Sim, foram palavras de despedida. Vitor. C deixa de existir... foi um nome que me
acompanhou, ao longo de quase nove meses, publicando as palavras que me preenchiam a alma! Terminou a viagem! Quero agradecer a companhia e o apoio que me deram ao longo da caminhada! Fomos bons companheiros, fomos sim senhor! Eu não poderia escolher
melhores parceiros e estou-vos grato! Eternamente gratos! Não é fácil, seja para quem for, juntar mais de 9500 amigos e mais de 40 milhões de visualizações! Eu tive essa felicidade! Nada mais tenho para dar... Quanto ao meu livro "SOU TEU", espero que vos faça boa companhia, que o degustem e se lembrem um pouco de mim... já será recompensador pensar que sim,
que se lembrarão! Obrigado, por todos estes momentos! Sejam sempre muito felizes! Adeus! Vítor Costeira
BOM-DIA, FELICIDADE! Bom-dia, felicidade! … e, desta forma, despertei para o dia, receando descerrar as pálpebras, e todo o meu corpo se sentiu único como se tivesse nascido naquele momento e do momento não desejasse sair, enquanto a felicidade se fizesse sentir…
Bom-dia, felicidade! … e os teus cabelos tinham o aroma das maçãs colhidas no despertar das horas sãs e cobriam-me o rosto como os salgueiros tocam as águas dos rios. O meu corpo era água, suores frios, que brotava dos poros braseiros e humedecia os caminhos sendeiros que a minha imaginação me oferecia…
Bom-dia, felicidade! … e abri os olhos de mansinho, com medo que de mim fugisses enquanto o Sol acariciava a minha pele, se entregava mel e se vestia linho, aquecendo-me a alma como lã e aconchegando o frio olhar da manhã…
Bom-dia, felicidade! …era outra a minha realidade! Para o sonho ter sido perfeito seriam dois rios a acordar no mesmo leito…
Autor: Vitor Costeira Imagem: Adam Martinakis
...E A NOITE FEZ-SE LUZ! -- Feliz Natal para todos! Bem hajam! …e a noite de todas as noites, aquela há muito esperada, subiu docemente ao céu do nosso olhar, vestiu-se Sol e luar, anunciou esperança e soou aos mortais como um hino, anunciando o nascimento de uma criança, trazendo nos braços um menino com o nome de Jesus … e fez-se luz!
Um imenso clarão de alegria apagou a negritude dos dias, iluminou os corações adormecidos, alimentou a Fé eliminando a dúvida e deu vida aos esquecidos da vida, reconfortando a alma dos famintos de Amor, oferendando a Paz tão apetecida nas mãos erguidas em clamor e entregou-se enternecida em bondade nos mistérios dolorosos de uma cruz … e fez-se luz!
No auge de uma suave emoção deixou, como sua, a dádiva do perdão como sendo o caminho que à salvação conduz … e a noite fez-se luz!
POEMA DE QUALQUER DIA! - Feliz 2016 para todos nós! Hoje, o céu vai acontecer pincelado de azul, o Sol brilhará ouro com simpatia e as nuvens vão ausentar-se com delicadeza;
hoje, vão haver bandos de pombos bravos subindo em suaves e fantasiosas espirais no ar e o vento beijará os olhos dos caçadores;
hoje, os sorrisos vão ser longos como oceanos, as mão serão ternas e acolhedoras e as palavras aquecerão as almas mais frias;
hoje, ficarão no passado, como lição, a injustiça, a crueldade, o ódio, a indiferença e surgirá, de uma árvore recém-nascida, o perdão;
hoje, porque somos iguais, mesmo sendo diferentes, aceitaremos, como pessoas felizes e sorridentes, todos aqueles que na vida para trás ficaram;
hoje, a música da esperança vai alegrar os mendigos, os palhaços não vão chorar no fim do circo e as armas de angústia ficarão por disparar;
hoje, a semente da Paz vai ser semeada nas famílias, nos hospitais, nas prisões, nas fábricas e em cada pessoa haverá um sonho realizado;
hoje, o lobo virá confraternizar com a ovelha, os jovens falarão e escutarão a gente velha e o rico guardará um lugar à mesa para o pobre;
hoje, será possível afagar a juba do leão, repartir o pouco que resta do pouco que já havia e encarar a vida de frente, sem receios!
Hoje, será tudo lindo e belo, apenas porque estamos aqui, e é aqui que começam as coisas lindas e belas… em nós!
Autor: Vítor Costeira Imagem: Internet
DIÁFANO DIA Duro dia que tanto dura, que a distância amplia e o tempo amargura! Dia duro, duro como diamante, diadema, dia feito poema, ao correr da pena, num quase instante!
Dia após dia, diáfano manto adia a agonia e permite o encanto, semeia a fantasia e, num momento final, diagonal, o dia cessa…
Sem pressa, o dia atravessa o dialecto dos sentidos e dialoga comigo, em diáforas e metáforas que terminam diapasão, em plena vibração ritmando o coração, numa vadia alegria…
Amanhã, será novo dia!
Autor: Vítor Costeira
Imagem: internet
PERMITE-ME SONHAR...! Não vás embora… serve-te do presente instante, dá-me o agora, estanca as minhas feridas, beijo as tuas cicatrizes e, enquanto esqueço as tuas idas, perdoa os meus deslizes… mereçamo-nos os dois, ambos somos simples aprendizes, para que haja um depois, para que saibamos ser felizes!
Não vás embora… perde-te no tempo, oferece-me o acaso, morde de raiva os meus enganos e, nos teus desvarios levianos, eu lambo as tuas feridas… sedimenta-te no meu corpo cansado e sejamos duas asas no mesmo voo, voando sobre um verde prado, enquanto vês em mim o que sou e tu és, em mim, o ser amado!
Não vás embora… Retalha a minha alma em finas tiras enquanto sorris das esfarrapadas mentiras, e eu enfeito os teus defeitos como os meus mais belos feitos, aqueles que eu não quererei ver desfeitos… depois, enrola os teus finos braços à volta do meu pescoço, em quentes e eternos laços, enquanto o teu sangue alvoroço e acelero o teu respirar…